Dieta Antienvelhecimento: Mito ou Realidade?

A maioria de nós deseja viver muitos anos; afinal, quem não almeja a longevidade? Tem gente que considera a vida curta demais para usufruir tudo dela. E queremos viver mais, de preferência sem rugas, dores nas costas e sem cabelos brancos. Queremos ser, enfim, eternamente jovens. O progresso tecnológico e social prolongou a nossa expectativa de vida. A medicina moderna prolonga a nossa vida. E a nossa alimentação é capaz de prolongar a nossa vida?
"A Comida é o Seu Remédio", disse Hipócrates, o pai da medicina. Dois mil anos depois, a medicina deu-lhe razão: a comida pode ser mesmo o seu medicamento. A nutrição tem um papel importantíssimo na prevenção, tratamento e cura de muitas doenças.
Quando o assunto é envelhecimento devemos "ficar de olho" nos alimentos que contém antioxidantes, substâncias estas que funcionam no combate aos radicais livres. Radicais livres são moléculas produzidas no nosso processo de respiração e que são, basicamente, erros do metabolismo. Estresse, fumo e alimentação incorreta ocasionam aumento dos radicais livres, que, por sua vez, propiciam o aparecimento de doenças crônicas como arteriosclerose, hipertensão, diabetes e também o envelhecimento precoce do organismo.
Estamos expostos aos radicais livres quando convivemos com poluição veicular e vapores de cigarros, quando ingerimos lipídios insaturados (principalmente das frituras) e produtos industrializados em excesso, quando estamos estressados, entre outros fatores. Portanto, precisamos combatê-los para prevenir o envelhecimento, e assim faremos se garantirmos os antioxidantes dos alimentos consumindo estes alimentos:
· Verduras verde-escuras, cruas ou cozidas no vapor ou microondas, pois contém beta-caroteno, vitamina C e bioflavonóides;
· Azeite de oliva, óleo de canola e linhaça: têm vitamina E e ácidos graxos essenciais;
· Frutas oleaginosas (castanhas, nozes): contêm vitamina E, coenzima Q10, manganês;
· Frutas ricas em vitamina C, como kiwi, laranja, acerola e goiaba;
· Salsão e cebolinha, pois contém beta-caroteno, vitamina C e bioflavonóides;
· Cenoura, batata-doce e abóbora de cor mais intenso devido ao beta-caroteno;
· Cereais integrais: contêm magnésio, zinco, selênio e molibdênio;
· Melancia, tomate e uva rosada: contêm licopeno e bioflavonóides;
· Peixes e frutos do mar devido ao teor de zinco, selênio, coenzima Q10 e molibdênio.
Teremos que evitar alguns alimentos, considerados "perigosos". Não precisam ser completamente excluídos, mas consumidos moderadamente:
· Gorduras e alimentos com fontes de gordura saturada: carnes vermelhas e de porco, pele de frango, leite integral, queijos amarelos, embutidos, banha de porco, toucinho, bacon e gordura de coco;
· Alimentos com fontes de ácidos graxos trans: margarina com consistência dura e óleos vegetais submetidos ao calor excessivo (fritura);
· Açúcar (sacarose) e sal (cloreto de sódio) em excesso.As vitaminas e minerais que combatem os radicais livres são principalmente: vitamina C, selênio, molibdênio, beta-caroteno, vitamina E, licopeno, flavonóides e coenzima Q10. Com uma alimentação balanceada, colorida e variada, é possível consumir todas as vitaminas e minerais necessários para o combate a estes vilões. Viver mais tem que valer a pena. Por isso viva mais, mas com mais saúde.

Esta coluna foi publicada em 12/07/2003, no Jornal da Região (MG). Autora: Márcia Keller Alves