
Penso que usamos certas redundâncias quando estamos falando de alguns alimentos também. Quer ver? Quando pensamos em mel, falamos sem querer “mel de abelha”. Parece meio óbvio, pois eu nunca vi mel de ovelha ou mel de búfala. O mel só pode ser de abelha. Mesmo assim, seguimos na nossa redundante frase “comi mel de abelha”.
A música do seriado infantil Sítio do Pica-Pau Amarelo, a letra da música aparece trocada, e diz “marmelada de banana, bananada de goiaba, goiabada de marmelo”. Trocando isso tudo e arrumando todas as frutas nos seus lugares temos uma grande redundância: marmelada de marmelo, bananada de banana e goiabada de goiaba. E não é preciso ser um gênio para saber que fruta pertence a cada doce, não é mesmo?
Imagine uma feijoada de arroz. Arroz cozido em bastante caldo, com pedaços de carne de porco (ou outra), servido com couve. Não daria certo: parece mais uma sopa de arroz ou uma canja de inexperientes!
Bacalhoada tem que ter o que? Bacalhau! Macarronada tem que ter o que? Macarrão! Estas coisas são como se você convidasse seus amigos para uma “cervejada” na sua casa e não tivesse cerveja, ou uma “vinhada” sem vinho. Não tem sentido.
E, falando em repetições, vamos falar sobre comer coisas que são iguais, mas só no prato. Comer dois tipos de carboidratos, por exemplo: massa com arroz, ou arroz com batata, ou massa com batata. Ou ainda comer diversos tipos de proteína: carne com queijo e ovos. Nutricionalmente falando, é tudo igual.
Os leitores das minhas colunas estão carecas de saber que não devemos misturar dois carboidratos no mesmo prato ou duas proteínas. Assim, quando comer arroz, coma arroz com carne e salada, mas nunca com salada de batata. Se a escolha for um churrasco, comer com arroz ou, desde que não tenha ovos, com salada de batata. Mas nunca os dois juntos. Do mesmo modo, carne com ovos nem pensar. Eu diria que misturar dois ou mais representantes de carboidratos ou proteínas num mesmo prato é um erro. Redundância, tipo “subir pra cima”, só que é no prato. Redundância alimentar.
Esta coluna foi publicada em 29/10/2005, no Jornal da Região (MG). Autora: Márcia Keller Alves
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