segunda-feira, 10 de março de 2008

A Dieta da Vizinha

É difícil hoje em dia encontrar uma pessoa que nunca tenha feito uma dieta, seja lá a finalidade desta. E fazer dieta não é uma coisa fácil, pois envolve mudanças de comportamento e de hábitos antigos. Por esta razão venho escrever sobre um assunto que interessa a todos: as dietas.
A dietoterapia, ou seja, o uso de dieta como terapia, é a ciência pela qual utilizamos os alimentos no tratamento e na prevenção de doenças, procurando adaptar ao máximo em quantidade, qualidade, harmonia e adequação os nutrientes que compõem uma alimentação racional às necessidades de cada indivíduo. No indivíduo sadio, a dieta visa conservar a saúde. No indivíduo doente, tais como nos casos de obesidade, diabetes ou até mesmo magreza, a dieta visa à cura destas enfermidades e a restauração da saúde.
As dietas mais conhecidas pela população em geral são as de emagrecimento. Existem muitas: dieta do arroz, da lua, do tipo sanguíneo, da USP, da proteína, e muitas outras. E existe uma forma que é muito famosa: a dieta da vizinha. Mas, até que ponto a dieta que a sua vizinha fez e perdeu 10 quilos será boa para você também?
Cada indivíduo tem um metabolismo diferente, e, por esta razão, tem necessidades nutricionais diferentes. Quando falamos em emagrecimento devemos lembrar que a perda de peso também é muito individual. Dessa maneira, com a mesma dieta, sua vizinha perde dez quilos e você perde apenas dois! E o problema não está na dieta, mas em como esta dieta funciona para a sua vizinha e para você.
Começamos a pensar em dieta quando não estamos nos sentindo bem com nosso corpo. Se estamos acima do peso, pensamos em uma dieta para emagrecer; se estamos abaixo, em uma dieta para engordar. Somos mesmos desinformados: escolhemos os alimentos errados, comemos a qualquer hora, não sabemos a hora de parar. E então, ao invés de prevenir, acabamos remediando com uma dieta.
Porém, a dieta, sozinha, não faz milagre. E isso eu digo aos meus pacientes. A mudança não deve ser apenas em relação à comida, mas em todo o contexto de vida: fazer atividade física, aprender a diminuir a ansiedade, ter um suporte psicológico adequado (afinal, tem muita gente confundindo necessidades emocionais com fome!), além de avaliar problemas endócrinos. Deixar de comer, simplesmente, não é o melhor caminho para uma vida mais saudável.
Por esta razão insisto neste ponto: não faça dietas malucas, dietas da moda, nem dietas que prometem um “emagrecimento rápido sem passar fome”. Fazer dieta sem acompanhamento de um profissional capacitado é muito arriscado para a saúde e bem-estar. Se a sua vizinha está fazendo uma dieta que está funcionando, vá conhecer o seu nutricionista. Dessa maneira encontrará uma dieta que seja adequada a você e só então conseguirá perder peso sem perder qualidade de vida.

Esta coluna foi publicada em 22/03/2003, no Jornal da Região (MG). Autora: Márcia Keller Alves

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