
E assim começa a semana de quem está de dieta ou controlando para não aumentar de peso. Já ouvi muita coisa engraçada a esse respeito. Tem gente que come só pela manhã, tem gente que só almoça, tem gente que nunca janta. E tem gente que não sabe bem o que fazer e faz qualquer coisa para que a dieta tenha algum efeito.
No domingo, as famílias se reúnem. É aquela comilança. A vó faz macarrão com molho de tomate e bastante queijo. Aquele tio que veio do interior trás carne e cerveja e já tinha combinado com alguém de trazer o pão. Alguém fez um arsenal de doces – pudim, torta, doce de leite com coco, fruta em calda – que serão irresistíveis depois do almoço. E o almoço de domingo termina como uma orgia gastronômica que acaba liquidando com qualquer tentativa de controlar a balança.
Você resolve só abrir a geladeira agora na segunda-feira, pois é melhor não jantar no domingo. Pela manhã, suco de mamão com uma xícara de café preto sem açúcar e uma fatia de pão sem gordura. “O que eu vou almoçar? O que eu vou almoçar?”, você está pensando, lembrando ainda da orgia do domingo que se passou. No final do dia, você comeu duas folhas de alface, uma maçã e uma taça de gelatina – diet.
Na terça, você está com uma fome de leão. Faz uma xícara bem cheia de café com leite, duas torradas com margarina, um copo de suco de laranja. No almoço, com um pouco de culpa, você acaba por investir nas saladas, carne vermelha e uma batatinha. De sobremesa, uma fatia grande de melancia. E um café – com açúcar.
Na quarta, você tem que se reunir com os amigos. Durante o dia, não come nada para caber nas calças. No final do dia você está exausto, faminto e mau-humorado. Nenhuma piada tem graça e aquele fulano insiste em tirar uma fotografia. Uma semana depois você descobre que saiu na foto com uma batatinha frita atravessada na boca e um pedaço de alface entre os dentes. Também, como você não tinha comido nada durante o dia, o álcool “subiu” direto.
No outro dia... Ressaca. Melhor comer só pepino. Suco de pepino com melão de manhã. Salada de pepino com cebola no almoço. Pra jantar, advinha só: suflê de pepino. Receita da empregada. Duas rodelas de pepino nos olhos pra dormir e acordar sem olheiras.
A sexta-feira amanhece chuvosa. Dá aquela vontade de comer pão. Um, dois, quem sabe mais um pedacinho. O pão francês da padaria da esquina é uma delícia. E bem quentinho. Você nem olhou pras frutas, muito menos para o suco. Queria mesmo era café com pão. “Depois de ter comido pepino, não quero saber de nada verde hoje”, você diz. Almoço na empresa: frango com polenta e farofa. E na sobremesa, um sorvetinho de flocos, porque ninguém é de ferro.
O sábado vem e você já acordou meio-dia. Botou as meias e os tênis e foi caminhando até a feira. Comprou verduras e frutas. Parou na barraca do pão-de-queijo e comeu três. Passando pela banca de pepino, que você levou meio quilo, uma barraquinha com picolé. Um de manga, outro de limão e de morango pra terminar. Quando chega em casa, já está tão enfarado que não quer almoçar. No meio da tarde dá aquela fome, e venha o que vier: pão, bolo, biscoitos. Tudo o que está ao alcance vai pra boca. E, depois, culpado, diz que não está passando bem e que não quer jantar.
Hoje é domingo de novo. Melhor não tomar café da manhã, pois estou atrasado pra reunião da família e o tio está buzinando na calçada da frente. E, no almoço, começa tudo outra vez.
Muita gente se identifica com este tipo de comportamento, se esquecendo que o melhor é seguir um cardápio não rigoroso demais. Frutas da época podem acabar com a vontade de comer doces. Comer verduras sacia mais que somente carboidratos ou carnes, porque tem fibras. Beber líquidos durante a refeição pode ajudar na saciedade. Acabe com os mitos. Não fique se martirizando por causa de um dia, faça tudo certo no outro. E somente desse jeito é que a dieta irá funcionar.
Esta coluna foi publicada em 16/10/2004, no Jornal da Região (MG). Autora: Márcia Keller Alves
No domingo, as famílias se reúnem. É aquela comilança. A vó faz macarrão com molho de tomate e bastante queijo. Aquele tio que veio do interior trás carne e cerveja e já tinha combinado com alguém de trazer o pão. Alguém fez um arsenal de doces – pudim, torta, doce de leite com coco, fruta em calda – que serão irresistíveis depois do almoço. E o almoço de domingo termina como uma orgia gastronômica que acaba liquidando com qualquer tentativa de controlar a balança.
Você resolve só abrir a geladeira agora na segunda-feira, pois é melhor não jantar no domingo. Pela manhã, suco de mamão com uma xícara de café preto sem açúcar e uma fatia de pão sem gordura. “O que eu vou almoçar? O que eu vou almoçar?”, você está pensando, lembrando ainda da orgia do domingo que se passou. No final do dia, você comeu duas folhas de alface, uma maçã e uma taça de gelatina – diet.
Na terça, você está com uma fome de leão. Faz uma xícara bem cheia de café com leite, duas torradas com margarina, um copo de suco de laranja. No almoço, com um pouco de culpa, você acaba por investir nas saladas, carne vermelha e uma batatinha. De sobremesa, uma fatia grande de melancia. E um café – com açúcar.
Na quarta, você tem que se reunir com os amigos. Durante o dia, não come nada para caber nas calças. No final do dia você está exausto, faminto e mau-humorado. Nenhuma piada tem graça e aquele fulano insiste em tirar uma fotografia. Uma semana depois você descobre que saiu na foto com uma batatinha frita atravessada na boca e um pedaço de alface entre os dentes. Também, como você não tinha comido nada durante o dia, o álcool “subiu” direto.
No outro dia... Ressaca. Melhor comer só pepino. Suco de pepino com melão de manhã. Salada de pepino com cebola no almoço. Pra jantar, advinha só: suflê de pepino. Receita da empregada. Duas rodelas de pepino nos olhos pra dormir e acordar sem olheiras.
A sexta-feira amanhece chuvosa. Dá aquela vontade de comer pão. Um, dois, quem sabe mais um pedacinho. O pão francês da padaria da esquina é uma delícia. E bem quentinho. Você nem olhou pras frutas, muito menos para o suco. Queria mesmo era café com pão. “Depois de ter comido pepino, não quero saber de nada verde hoje”, você diz. Almoço na empresa: frango com polenta e farofa. E na sobremesa, um sorvetinho de flocos, porque ninguém é de ferro.
O sábado vem e você já acordou meio-dia. Botou as meias e os tênis e foi caminhando até a feira. Comprou verduras e frutas. Parou na barraca do pão-de-queijo e comeu três. Passando pela banca de pepino, que você levou meio quilo, uma barraquinha com picolé. Um de manga, outro de limão e de morango pra terminar. Quando chega em casa, já está tão enfarado que não quer almoçar. No meio da tarde dá aquela fome, e venha o que vier: pão, bolo, biscoitos. Tudo o que está ao alcance vai pra boca. E, depois, culpado, diz que não está passando bem e que não quer jantar.
Hoje é domingo de novo. Melhor não tomar café da manhã, pois estou atrasado pra reunião da família e o tio está buzinando na calçada da frente. E, no almoço, começa tudo outra vez.
Muita gente se identifica com este tipo de comportamento, se esquecendo que o melhor é seguir um cardápio não rigoroso demais. Frutas da época podem acabar com a vontade de comer doces. Comer verduras sacia mais que somente carboidratos ou carnes, porque tem fibras. Beber líquidos durante a refeição pode ajudar na saciedade. Acabe com os mitos. Não fique se martirizando por causa de um dia, faça tudo certo no outro. E somente desse jeito é que a dieta irá funcionar.
Esta coluna foi publicada em 16/10/2004, no Jornal da Região (MG). Autora: Márcia Keller Alves
Nenhum comentário:
Postar um comentário